A investigação, que teve autorização para a quebra de sigilo bancário, busca detalhes sobre o volume de dinheiro canalizado para sustentar a fraudes. Um estudo preliminar revelou que a cada servidor nomeado de forma irregular, como um Auditor Fiscal do Trabalho, os prejuízos podem ultrapassar R$ 7 milhões ao longo de sua carreira, considerando salário e encargos. Até o momento, já foram detectadas pelo menos dez aprovações suspeitas no Concurso Nacional Unificado (CNU) de 2024, somando uma possível perda de aproximadamente R$ 70 milhões aos cofres públicos, um valor que poderia aumentar significativamente caso sejam depuradas irregularidades em outras seleções, como as da Polícia Civil de Pernambuco e Alagoas, além de instituições financeiras.
A investigação também se depara com indícios de lavagem de dinheiro. Um exemplo é o caso de um policial militar do Rio Grande do Norte, aprovado fraudulentamente no CNU, que opera uma clínica odontológica em uma cidade na qual não reside, levantando suspeitas sobre a legitimidade de seu negócio. Na recente Operação Última Fase, um cofre encontrado na casa de um dos envolvidos pode conter documentos e valores que reforçariam o esquema criminoso.
Além de desmantelar a quadrilha familiar, a PF está em busca dos “clientes” que adquiriram suas aprovações, destacando casos de candidatos que lograram êxito em provas notoriamente competitivas. Para evitar a dissipação do patrimônio obtido de forma ilícita, o Ministério Público Federal já solicitou o sequestro de bens dos suspeitos, visando garantir que parte dos prejuízos seja revertida aos cofres públicos em caso de condenação. A sequência dos desdobramentos dessa investigação promete impactar não apenas os envolvidos, mas também o sistema de concursos no país.