As investigações, que se iniciaram em 2020, revelaram que a rede criminosa operava a partir de uma estrutura articulada com mais de 40 empresas. A Minerar S/A, por exemplo, era a principal responsável por viabilizar fraudes em licenciamento ambiental. Segundo os dados apurados, membros da organização pagavam propinas a servidores de órgãos federais e estaduais, como a Agência Nacional de Mineração (ANM) e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), garantindo assim que suas atividades fossem favorecidas.
A operação levou à prisão não apenas de Cavalcante, mas também de importantes figuras do setor público. Entre os detidos estão Caio Mário Seabra, diretor da ANM, e Rodrigo de Melo Teixeira, ex-chefe da Polícia Administrativa da Polícia Federal. Essas detenções indicam a profundidade da corrupção que permeava o esquema, afetando instituições que deveriam garantir a legalidade e a proteção ambiental.
No total, a Justiça Federal emitiu 22 ordens de prisão temporária e 79 mandados de busca e apreensão em várias localidades, incluindo Minas Gerais e Alagoas. As ações resultaram no bloqueio de bens que totalizam o valor de R$ 1,5 bilhão. Até agora, 14 pessoas foram presas, entre elas os principais artífices do esquema.
Os acusados enfrentam uma série de sérias acusações, incluindo corrupção, lavagem de dinheiro, organização criminosa e tráfico de influência. Essa operação não apenas destaca a magnitude da exploração ilegal de minerais em áreas protegidas, como também expõe o envolvimento crítico de setores do governo em atividades ilícitas. Com o desdobramento deste caso, a sociedade aguarda medidas eficazes para coibir tais práticas e restaurar a integridade nos órgãos públicos responsáveis pela fiscalização e proteção dos recursos naturais.