A investigação da polícia começou em julho, após a Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe) denunciar a venda de uísques, gins e vodcas adulteradas em uma rede social. A partir disso, as autoridades identificaram um jovem de 24 anos como o principal responsável pelo esquema de falsificação. A investigação engenhosa incluiu compras monitoradas que possibilitaram a localização da residência do suspeito, no bairro Aquidaban, e um depósito de bebidas falsas no bairro Ferroviários, ambos em Cachoeiro de Itapemirim.
Durante o cumprimento do mandado de busca e apreensão, o suspeito colaborou com a polícia, levando-os ao depósito, onde peritos, junto a um especialista da Abrabe, confirmaram a falsificação de diversas garrafas de marcas renomadas. Exames preliminares realizados no local diagnosticaram a adulteração dos produtos. Na residência do suspecto, foram encontrados também dinheiro, celulares, equipamentos de informática e uma máquina de cartão.
Em sua confissão, o suspeito revelou que, apesar de estar ciente da origem duvidosa das bebidas, continuava a vendê-las devido ao seu baixo custo, movimentando, em média, 19 caixas por semana — cada uma contendo 12 garrafas — para consumidores e estabelecimentos na região sul do Espírito Santo. Ele foi autuado em flagrante pelo crime de falsificação de produtos destinados ao consumo humano, conforme o artigo 272 do Código Penal Brasileiro, cuja pena pode variar de quatro a oito anos de reclusão.
Além do caso local, o Centro Nacional de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS) registrou 59 notificações de intoxicação por metanol em todo o Brasil, das quais 11 foram confirmadas, todas em São Paulo. As autoridades estão particularmente preocupadas com a gravidade da situação, já que o metanol, se ingerido, pode ser fatal, comprometendo o sistema nervoso central e causando danos severos à saúde.
Neste cenário alarmante, a Polícia Civil do Espírito Santo tem alertado a população sobre os riscos associados ao consumo de bebidas alcoólicas falsificadas, recomendando cautela em relação a produtos com preços significativamente abaixo do mercado. A operação Brinde Amargo destaca a importância da vigilância e da ação efetiva para proteger a saúde da comunidade.