As investigações tiveram início quando a equipe de segurança do banco identificou transações irregulares que levantaram suspeitas. Subsequentemente, a Polícia Civil, por meio de um trabalho meticuloso, conseguiu traçar o caminho do dinheiro e identificar os principais envolvidos. Constatou-se que os funcionários do banco estavam utilizando suas credenciais, de forma fraudulenta, para contornar protocolos de segurança. Esta manobra lhes permitiu ativar IDs corporativos de forma indevida, o que abriu portas para o acesso não autorizado às contas e possibilitou o desvio de dinheiro sem o conhecimento dos legítimos proprietários.
Um dos casos mais emblemáticos desta fraude refere-se a uma empresa que teve impressionantes R$ 7,9 milhões transferidos de suas contas após a ativação maliciosa de um novo ID. Os criminosos, em um esforço para encobrir suas trilhas, desviaram os valores para contas de “laranjas” e de empresas fictícias. Adicionalmente, parte do montante desviado foi convertida em criptomoedas, notadamente o USDT (Tether), e movimentada por meio de uma corretora de bitcoin em transações que culminaram no envio para carteiras digitais externas. Esse ato levantou bandeiras vermelhas em relação à segurança das transações digitais, ainda mais em um cenário onde os criptoativos estão em alta.
Durante a operação de hoje, que envolve mandados de busca e apreensão, a polícia está atuando em diversas cidades, incluindo Sorocaba, Praia Grande, São Bernardo do Campo, São José dos Campos e na capital paulista, além de municípios nos estados de Goiás, Rio de Janeiro e Santa Catarina. Aproximadamente 220 mil dólares em criptoativos foram bloqueados judicialmente, marcando um passo significativo na tentativa de recuperar os valores perdidos e responsabilizar os envolvidos neste esquema sofisticado de fraude.
