Durante uma intensa perseguição policial na Avenida Vieira de Brito, Gabriel, um jovem desarmado, foi fatalmente atingido por um disparo que, segundo a apuração, foi acidental. Contudo, o enredo se complica com a descoberta de que três policiais militares teriam tentado manipular a cena do crime. Conforme os relatos, os agentes apresentaram um revólver que, falsamente, foi atribuído ao adolescente, em uma tentativa de simular um quadro de legítima defesa.
As investigações foram realizadas pela Unidade de Homicídios da 5ª Região, em colaboração com a Coordenação de Homicídios do Interior, contando ainda com o suporte da Polícia Científica. A conclusão do inquérito culminou no indiciamento dos três policiais militares, que respondem por homicídio culposo — quando não há intenção de matar — e por fraude processual especial, conforme os preceitos da Lei de Abuso de Autoridade. Tal medida é reflexo da seriedade com que a Polícia Civil trata a questão da responsabilidade policial e da integridade das investigações.
Em um passo adicional para assegurar a transparência e a integridade do processo, a Polícia Civil solicitou o afastamento cautelar dos policiais indiciados. Essa decisão busca evitar qualquer interferência ou obstrução nas próximas etapas do procedimento legal.
O próximo capítulo desta triste história será escrito pelo Ministério Público, que agora possui a tarefa de analisar os indiciamentos e decidir sobre as medidas judiciais a serem tomadas. Isso inclui a possibilidade de uma denúncia formal contra os policiais, ressaltando a necessidade de responsabilização em casos que envolvem a perda de vidas e a confiança da sociedade nas instituições. A morte de Gabriel Lincoln não apenas clama por justiça, mas também levanta essenciais questões sobre a conduta das forças de segurança e a proteção dos direitos dos cidadãos.