As casas, com tamanhos entre 230 e 250 metros quadrados, estão sendo erguidas em uma região onde imóveis semelhantes costumam custar mais de R$ 10 milhões. As regras para a construção no local são rígidas, proibindo edificações a menos de 30 metros da margem do rio e qualquer intervenção na Área de Proteção Ambiental (APA) ou sobre manguezais.
Apesar de terem obtido todas as licenças necessárias, os proprietários do condomínio enfrentam críticas de moradores locais. O advogado Fernando Castelo Branco, membro da Associação Amigos Barra do Sahy (Sabs), questionou a legitimidade do empreendimento, alegando desmatamento agressivo e falta de resposta adequada por parte dos órgãos públicos.
Outros moradores, como os residentes da Rua Maria Caetana e da Vila Sahy, também se opõem à construção do condomínio, argumentando sobre a preservação ambiental e os impactos na região. Leandro dos Santos, morador da Vila Sahy, critica a perda de áreas de alagamento e a liberação de licenças para construções em regiões costeiras.
Por outro lado, os responsáveis pela obra garantem ter cumprido todas as exigências legais e ambientais, destacando a rigorosidade na implementação do projeto. A Trafa Empreendimentos Imobiliários afirma ter seguido todas as normas, incluindo uma distância de 60 metros do rio, o dobro do requerido.
Diante das divergências entre moradores e empreendedores, o Instituto de Conservação Costeira (ICC) e as autoridades municipais e estaduais se posicionaram a favor da legalidade da obra, ressaltando a apresentação de todas as licenças exigidas. O Ministério Público de São Paulo ainda não se manifestou sobre o caso. O impasse entre os envolvidos continua, mostrando a complexidade da situação e a necessidade de um diálogo aberto para buscar soluções que atendam a todas as partes interessadas.