Poeta brasileiro decide morrer na Suíça aos 79 anos: debate sobre eutanásia e dignidade da morte é reacendido no Brasil.



O renomado poeta Antônio Cícero, membro da Academia Brasileira de Letras, causou comoção no Brasil ao anunciar sua decisão de praticar eutanásia aos 79 anos, devido ao avanço do Alzheimer que o acometia. Em uma carta emocionante, o poeta expressou seu desejo de viver e morrer com dignidade, desencadeando um intenso debate sobre eutanásia, suicídio assistido e a dignidade na morte.

Antônio Cícero faleceu na Suíça, onde o suicídio assistido é permitido, destacando a lacuna legal e moral existente no Brasil em relação a essas práticas. O caso do poeta trouxe à tona a história de Carolina Arruda, uma estudante de veterinária de 27 anos, que enfrenta intensas dores causadas por uma doença crônica. Carolina buscou apoio financeiro para realizar o suicídio assistido na Suíça, destacando a falta de opções no Brasil para casos semelhantes.

O debate sobre a eutanásia e o suicídio assistido levanta questões éticas e morais, refletindo a resistência da legislação brasileira em abordar temas relacionados à morte digna. Especialistas em bioética enfatizam a importância de uma discussão ampla e aprofundada sobre o assunto, considerando as diferentes perspectivas e crenças da sociedade.

Volnei Garrafa, autoridade internacional em bioética, lamenta a falta de avanços legislativos no Brasil e destaca a importância de cuidados paliativos e da preparação para a morte digna. Enquanto isso, Maria Júlia Kovács, coordenadora do Laboratório de Estudos sobre a Morte da USP, ressalta a necessidade de abordar o tema da morte desde a educação, ampliando o debate na sociedade. Aline Albuquerque, pesquisadora em direito e bioética, aponta a necessidade de estruturar o sistema de saúde pública para lidar com questões relacionadas à eutanásia e ao suicídio assistido.

Diante da diversidade de opiniões e crenças na sociedade brasileira, o tema da eutanásia e do suicídio assistido segue sendo um tabu e um desafio para o país. À medida que a discussão se intensifica em outros países, como na Europa e na América do Norte, o Brasil enfrenta o desafio de harmonizar questões morais, religiosas e legais para garantir a dignidade e o respeito à vida e à morte de seus cidadãos.

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