PODE ISSO?! Pastor Pressiona Fiéis e Pastores a Apoiarem sua Candidatura em Áudio Vazado em Maceió

Áudio Vaza e Revela Tentativa de Coação Eleitoral por Pastor em Maceió

Um áudio vazado recentemente colocou em evidência possíveis manobras de coação eleitoral dentro da Igreja do Evangelho Quadrangular em Maceió. A gravação expõe o pastor João Luiz, que também é candidato a vereador pelo Partido Progressista (PP), pressionando outros líderes religiosos a lhe conceder apoio incondicional nas eleições.

Na gravação, João Luiz, que já ocupou diversos cargos políticos, deixa clara sua intenção de transferir para outras regiões aqueles pastores que não seguirem suas orientações eleitorais. Ele enfatiza que o estatuto da igreja exige apoio aos candidatos oficiais da denominação e aponta um suposto descompromisso dos pastores em campanhas anteriores, trazendo à tona uma queda significativa no número de votos nos últimos pleitos. “Nas duas últimas eleições de vereador nós tivemos aqui no Tabuleiro 2.500 votos, na última, 318”, lamentou o pastor.

A divulgação do áudio gerou intensa repercussão nas redes sociais e reacendeu debates sobre a influência religiosa na política. Para muitos, a fala do pastor João Luiz não só pressiona os líderes religiosos, mas também lança suspeitas sobre a integridade do processo eleitoral dentro da comunidade de fé.

João Luiz não é um novato no cenário político de Alagoas. Ele já atuou como deputado estadual e foi vereador de Maceió por seis mandatos consecutivos, chegando a presidir a Câmara Municipal. No entanto, sua carreira política tem sido marcada por controvérsias. Em 2016, seu mandato de deputado estadual foi cassado pela Justiça Eleitoral, sob a acusação de utilizar sua posição na igreja para benefício eleitoral durante a campanha de 2014.

O Ministério Público Eleitoral de Alagoas (MPE-AL) apontou que João Luiz se aproveitou de sua posição como presidente da Igreja do Evangelho Quadrangular para promover irregularmente sua candidatura. Essa manobra lhe rendeu uma inelegibilidade de oito anos, imposta pelo Tribunal Eleitoral de Alagoas (TRE-AL). Embora ele tenha recorrido ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e inicialmente obtido uma vitória parcial, com a anulação temporária da decisão, a batalha jurídica continua até o julgamento definitivo do recurso.

Os desdobramentos deste caso colocam em xeque não apenas a candidatura de João Luiz, mas também lançam luz sobre os limites éticos e legais entre religiosidade e política. A comunidade e os eleitores aguardam ansiosos pelos próximos capítulos dessa conturbada história, que promete trazer ainda mais discussões e consequências para o cenário político de Maceió e de Alagoas.

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