O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) foi o entrevistado do episódio mais recente do CM Cast, divulgado nesta quinta-feira (12). Em conversa com os jornalistas Ricardo Mota e Carlos Melo, o parlamentar voltou a acusar o ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), de ser o principal articulador do processo de cassação que enfrenta por suposta quebra de decoro.
A entrevista foi gravada durante a passagem de Glauber por Maceió, no último dia 9, como parte da caravana “Glauber Fica!”, que percorre os estados brasileiros para denunciar o que o deputado chama de perseguição política. “Esse processo só ganhou tração por conta dele, ainda quando era presidente da Câmara. Se você conversar hoje com qualquer deputado — de esquerda, centro ou direita — e perguntar por que estou sendo processado, todos vão citar o nome do Arthur”, afirmou.
Glauber também relembrou o início do confronto com Lira, motivado pelas denúncias que fez contra o orçamento secreto. Segundo ele, o ponto de ruptura foi uma reunião convocada por Lira em 2022, na qual se tentou aprovar projetos que facilitariam a privatização da Petrobras. “Era uma entrega do controle acionário da empresa com maioria simples, sem debate público”, criticou.
Outro ponto forte da entrevista foi o relato da greve de fome que o parlamentar fez como protesto contra a recomendação de cassação aprovada pelo Conselho de Ética da Câmara. O ato durou nove dias. “No dia da votação, depois de meia hora de sessão, percebi que era necessário”, contou, ressaltando que a decisão foi solitária, motivada pela falta de alternativas institucionais.
O deputado relatou ainda que recebeu apoio de parlamentares de diferentes espectros ideológicos. “Mesmo sendo de oposição, recebi manifestações de solidariedade de deputados da direita. Isso mostra que estamos vivendo algo que ultrapassa fronteiras partidárias. É sobre justiça e democracia”, declarou.
Por fim, Glauber destacou os objetivos da caravana que lidera, enfatizando a construção de comitês regionais e o diálogo com a sociedade civil. “Não vou me limitar às decisões institucionais. Estou dialogando com o povo”, afirmou.
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