Plantas e Animais: Os Filtros Naturais Que Podem Salvar o Meio Ambiente em Áreas Urbanas

A Natureza como Aliada na Purificação Ambiental

O meio ambiente já traz em seu seio soluções eficazes para a purificação do ar, solo e água, utilizando organismos naturais como plantas e animais. Nas áreas urbanas, a flora ornamental e árvores têm se mostrado essenciais para a redução de poluentes, aumento da umidade e melhora do conforto térmico. Na água, organismos vivos, como peixes e moluscos, desempenham papéis vitais ao regular nutrientes, controlar microrganismos e manter a qualidade ambiental.

As interações entre plantas e animais promovem um ciclo de limpeza natural. Enquanto certas espécies vegetais absorvem gases nocivos e contaminantes do solo, os animais filtradores removem partículas suspensas e resíduos orgânicos. Contudo, a eficácia desse sistema depende de um planejamento cuidadoso e da diversidade de espécies. Em situações de poluição elevada, o excesso de contaminantes pode sobrecarregar tanto a vegetação quanto a fauna, prejudicando sua capacidade de purificação. Portanto, é ideal combiná-los a outras formas de tratamento ambiental.

O biólogo e botânico Guilherme Bordignon, da Universidade Federal de Santa Maria, explica que as plantas atuam como filtros naturais por meio da fotossíntese. Ao absorver dióxido de carbono para gerar energia, elas também removem compostos químicos prejudiciais do ar, criando uma barreira natural contra poluentes que, por sua vez, culmina em uma redução na concentração de gases tóxicos em ambientes internos e externos.

Os animais, por sua vez, dependem do processo de biofiltração, em que organismos vivos filtram contaminantes do ambiente. Exemplos incluem os moluscos bivalves, como ostras e mexilhões, que purificam litros de água diariamente, retendo partículas e microrganismos patogênicos.

Entre as plantas mais eficazes para a purificação do ar, destacam-se sugestões como o lírio-da-paz, crisântemo e espadas-de-São-Jorge. Nos aquáticos, ostras, mexilhões e peixes detritívoros, como tilápias, contribuem significativamente para a depuração dos ecossistemas.

Contudo, a utilização de espécies para a purificação ambiental possui suas limitações. Bordignon adverte que, em ambientes com elevadas concentrações de poluentes, como no caso do enxofre, as plantas podem até parar de absorver gás carbônico, prejudicando sua sobrevivência. Adicionalmente, os riscos de bioacumulação de substâncias tóxicas, como metais pesados, representam uma preocupação tanto para plantas quanto para animais.

Portanto, o sucesso dessas abordagens exige um planejamento robusto e monitoramento constante, implementando estratégias inovadoras e sustentáveis que garantam a saúde dos ecossistemas e promovam um mundo ambientalmente mais equilibrado.

Sair da versão mobile