Plano golpista para manter Bolsonaro no poder é revelado em reunião secreta em Brasília, militares de alta patente envolvidos



No dia 28 de novembro de 2022, as ruas de Brasília foram palco de dois eventos que marcaram o cenário político e militar do país. Enquanto a população celebrava a vitória da Seleção Brasileira em um jogo da Copa do Mundo, militares de alta patente se reuniam em um salão de festas na Asa Norte para discutir um plano de golpe visando interferir nas eleições presidenciais daquele ano.
Segundo relatório da Polícia Federal, os militares presentes na reunião, liderados pelo tenente-coronel Mauro Cid, planejavam ações para pressionar os comandantes do Exército a apoiar um golpe para manter Jair Bolsonaro no poder, além de atingir o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.
O coronel Bernardo Romão Corrêa Netto, que convocou a reunião, contatou diversos oficiais, incluindo o tenente-coronel Cleverson Ney Magalhães, para participarem do encontro no salão de festas da residência do coronel Márcio Resende Júnior. Trocas de mensagens entre os presentes revelaram a intenção de contar com o apoio de militares de alta patente e o planejamento detalhado para executar o golpe.
A PF identificou a presença de outros assistentes de generais da ativa na reunião, que contou apenas com militares especializados em forças especiais. O diálogo entre os presentes sugeria ataques aos comandantes que resistiam às investidas golpistas, destacando a importância de unir as forças do Comando de Operações Terrestres para garantir o sucesso da ação.
Além disso, durante a reunião, as mensagens trocadas entre os militares apontavam Alexandre de Moraes como o centro de gravidade do plano golpista, com o objetivo de neutralizá-lo para assegurar a continuidade do governo de Bolsonaro. A investigação da PF resultou na Operação Contragolpe, que culminou na prisão de quatro militares e um policial federal.
O inquérito concluído pela Polícia Federal indiciou 37 pessoas, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, por crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. As provas obtidas ao longo de quase dois anos revelaram a estruturação dos investigados em diferentes núcleos, cada um responsável por uma etapa do plano golpista.

Jornal Rede Repórter - Click e confira!


Botão Voltar ao topo