O relatório da PF, que teve seu sigilo levantado pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, revelou que trinta e sete pessoas, incluindo o ex-presidente Bolsonaro e 25 militares, foram indiciados por tentativa de golpe de Estado. O plano de fuga foi encontrado no notebook do ex-ajudante de ordens da Presidência da República, tenente-coronel Mauro Cid, considerado o braço-direito de Bolsonaro. O documento, em formato de Power Point, foi criado em março de 2021 e indicava a utilização de técnicas de forças especiais do Exército para garantir a segurança do presidente.
O plano de fuga de Bolsonaro consistia em três etapas. A primeira era a proteção do presidente nos Palácios do Planalto e da Alvorada, com a cooptação de militares do Gabinete de Segurança Institucional. A segunda etapa envolvia a ocupação de espaços estratégicos para demonstrar apoio a Bolsonaro. E, por fim, a terceira etapa previa a montagem e operação de uma rede de auxílio à fuga e evasão para transferir o presidente para o exterior.
Embora o plano não tenha sido posto em prática em 2021, o relatório da PF aponta que foi adaptado e utilizado no final de 2022, após a organização criminosa não obter apoio das Forças Armadas para concretizar o golpe de Estado. Bolsonaro saiu do país para evitar uma possível prisão e aguardar os desdobramentos dos atos golpistas planejados para janeiro de 2023.
O uso de termos como RAFE (Rede de Auxílio À Fuga e Evasão) e LAFE (Linha de Auxílio à Fuga e Evasão) indica a complexidade e a seriedade do plano de fuga elaborado pela organização criminosa. A descoberta desse esquema reforça a necessidade de vigilância e investigação constante para preservar a estabilidade institucional do país e garantir a segurança das instituições democráticas.