A controvérsia começou quando a placa original, que era um marco turístico, foi removida de maneira inesperada. Hélvio, um produtor cultural respeitado na área, conhecido como “Tio Rex”, não hesitou em expressar sua indignação através de um vídeo nas redes sociais. Em sua postagem, ele destacou que a antiga placa tinha um design que seguia os padrões globais de sinalização turística, utilizando tons marrons, enquanto a nova era meramente comercial, sem qualquer apelo cultural ou histórico. Hélvio protocolou uma queixa formal na Secretaria de Turismo e expressou a intenção de recorrer ao Instituto de Pesquisa, Planejamento e Licenciamento Urbano e Ambiental (IPLAM) para discutir a questão.
A repercussão entre os internautas foi imediata, com muitos condenando a decisão de retirar uma das atrações turísticas mais icônicas de Maceió, que tem forte ligação com a história boêmia do bairro. Para compreender a relevância do Beco da Rapariga Desconhecida, é importante lembrar que, no final do século XIX, o Jaraguá era um importante centro de comércio e política. Com o tempo, a área se transformou em um ponto de encontro para boêmios e figuras públicas, muitas vezes ligadas à prostituição. A atividade foi encerrada em 1969, quando o governo estadual fechou as casas noturnas, mas a memória desse período foi preservada.
A instalação da nova placa acontece em um contexto onde a Confraria do Sardinha, um grupo de intelectuais e ex-frequentadores, já havia implementado um memorial em homenagem às mulheres que contribuíram para a preservação do patrimônio arquitetônico da região. Com a reinstalação da placa, a esperança é que o Beco da Rapariga Desconhecida continue a ser um símbolo da cultura local e um atrativo para visitantes, ligando o passado ao presente de maneira respeitosa e significativa.
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