PL 1324/22: IR Reduzido para Autônomos do Transporte, Compensação na CSLL das Instituições Financeiras

A Câmara dos Deputados está analisando o Projeto de Lei 1324/22, que visa diminuir o Imposto de Renda (IR) pago por transportadores autônomos de passageiros, categoria que inclui mototaxistas, taxistas e motoristas de aplicativos. Já aprovado pelo Senado, essa proposta promete aliviar a carga tributária desses profissionais por um período de cinco anos.

O projeto propõe que, durante esse período, a base de cálculo do IR para esses trabalhadores seja reduzida para 20% do rendimento bruto, em vez dos atuais 60%. Após os cinco anos, a base de cálculo voltará aos 60%. Essa mudança significa que, no intervalo previsto, o imposto será calculado sobre uma parcela consideravelmente menor dos rendimentos, resultando em uma diminuição do valor a ser pago.

De acordo com o senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO), autor da proposta, a atual porcentagem de 60% não condiz com a capacidade contributiva dos transportadores autônomos. O senador ressalta que esses profissionais enfrentam um aumento substancial nos custos operacionais, como combustível e outros insumos. Ele argumenta que, dado que a contribuição para a Previdência Social desses trabalhadores é de 20% do valor da nota fiscal, não há justificativa para que o Imposto de Renda utilize uma base diferente.

Entretanto, a medida não é isenta de impactos orçamentários. O governo federal prevê uma redução significativa nas receitas: cerca de R$ 57 milhões em 2024, R$ 61 milhões em 2025 e R$ 64 milhões em 2026. Para atenuar essa perda, a proposta inclui um aumento de 0,1 ponto percentual na Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) das instituições financeiras até o final de 2024.

Os próximos passos para a implementação deste projeto incluem a sua análise em caráter conclusivo pelas comissões de Viação e Transportes, de Finanças e Tributação, e de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ). Isso significa que, se for aprovado pelas comissões designadas e não houver recurso para apreciação em Plenário, a proposta poderá seguir para sanção presidencial sem necessidade de votação em Plenário.

A possível mudança traz alívio para um setor que enfrenta desafios econômicos consideráveis, mas suscita discussões sobre a compensação financeira para o governo, reiterando a complexidade de equilibrar justiça tributária e orçamento público.

Sair da versão mobile