Pindorama Celebra Primeira Colheita de Arroz de Sequeiro e Expande Renda dos Associados

O presidente Klécio Santos comemora a primeira colheita de arroz de sequeiro em terras da Pindorama

A Cooperativa Pindorama celebrou, na última quinta-feira, um significativo marco no agronegócio local com a realização de um Dia de Campo dedicado à colheita de um plantio experimental de arroz de sequeiro. O evento ocorreu na aldeia Planalto, no município de Penedo, região do Baixo São Francisco alagoano. A área cultivada, de 7 hectares, serviu como terreno experimental para essa nova cultivar.

A agrônoma Cleice Alves, que faz parte da Unidade de Beneficiamento de Grãos da Cooperativa Pindorama, destacou que o Dia de Campo não só celebrou a colheita do arroz de sequeiro, mas também permitiu apresentar aos associados as perspectivas de produção por hectare plantado. Além disso, proporcionou orientações sobre o manejo da nova cultivar e mostrou a possibilidade de aumentar a renda dos agricultores ao alternar diferentes culturas durante o período de renovação dos canaviais.

Cleice ressaltou que o cultivo do arroz de sequeiro é extremamente vantajoso para preencher a lacuna na produção de arroz durante a entressafra das áreas alagadas, que anualmente ocorre entre abril e agosto. “Com a unidade de beneficiamento, nós precisamos de matéria-prima. E, pensando, também, nessa janela da entressafra da cana, muitas áreas de renovação ficavam paradas durante os 4 meses, então pensou-se em colocar o arroz como alternativa, pra que a gente consiga produzir a matéria-prima para a unidade de beneficiamento”, explicou.

O presidente da cooperativa, Klécio Santos, expressou grande satisfação com a primeira colheita de arroz de sequeiro em terras da Pindorama. Segundo ele, a iniciativa visa acrescentar valor ao portfólio de produtos e cultivares da Cooperativa e de seus associados. “Um dia importante por ser a primeira colheita de arroz aqui nas terras da Pindorama. A ideia é a gente estimular o arroz de sequeiro para a época de entressafra do arroz da várzea. Esse é um projeto que tem tudo para trazer uma agregação de valor, fomentando a viabilidade econômica do produtor rural, porque ele vai ter mais uma cultura, vai estar gerando renda no seu lote. Já a população vai ter para consumo um arroz produzido em Alagoas. Ganha a economia local, o consumidor local, o produtor local”, destacou Klécio Santos.


Klecio informou que há um projeto para se plantar 1 mil hectares de arroz de sequeiro, em 2025, nas áreas de renovação de cana da Cooperativa

O vice-presidente da Cooperativa, Carlão, sublinhou a importância da expansão da renda dos associados com a utilização do arroz de sequeiro como cultura rotacional. “O associado que tiver a oportunidade de, antes da cana, colocar arroz, vai ter uma rentabilidade maior, mais dinheiro na conta, o que melhora o movimento econômico tanto para o associado quanto para a Pindorama. Temos a indústria, que é o fechamento da cadeia, para fazer a manufatura e colocar no mercado”, comentou, referindo-se à Unidade de Beneficiamento de Grãos da Pindorama, situada em Igreja Nova, a maior do Nordeste, que está revitalizando a rizicultura na região.

Segundo Antônio de Oliveira, diretor-secretário da Pindorama, a adoção de novas culturas em áreas de renovação de canaviais é uma prática comum entre agricultores em todo o país. Ele destacou a importância de aproveitar esse intervalo com cultivos que possam gerar renda adicional, fortalecendo o desenvolvimento regional. “Além da rotação de cultura, é uma nova oportunidade para este momento em que a terra vai estar desocupada. A cooperativa traz esse experimento, uma chance para qualquer associado incrementar renda, sabendo que tem a cooperativa para entregar a sua matéria-prima e, consequentemente, receber, como acontece com a cana e outros produtos”, explicou Oliveira.

Considerando a produção versus os custos, Cleice Alves explicou que a produtividade do arroz de sequeiro por hectare é menor que nas áreas alagadas; no entanto, a nova cultivar é mais resistente a intempéries, tornando o negócio viável devido aos menores custos de produção. “Para áreas alagadas, a produtividade é entre 10 a 12 toneladas por hectare, enquanto para o arroz de sequeiro, é entre 3 a 6 toneladas por hectare. Isso ocorre porque esses arrozes de sequeiro toleram solo mais ácido e deficiência hídrica. Eles demandam menos água, aproximadamente 450 mm a 700 mm durante o ciclo, comparado aos 1.400 mm a 1.500 mm que o arroz alagado requer. A Pindorama está tentando reduzir ainda mais os custos com o uso de biológicos e bioativadores produzidos aqui mesmo na Cooperativa”, detalhou Cleice.

O resultado da colheita do lote experimental foi de aproximadamente 30 toneladas de grãos.

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