Para o procurador-geral, Paulo Gonet, as razões que fundamentaram a prisão do general ainda são válidas. Ele argumentou que as medidas cautelares não seriam suficientes para garantir a ordem pública, a conveniência da instrução criminal e assegurar a aplicação da lei penal. Gonet ressaltou que as tentativas do investigado de obstruir a investigação em curso justificam a prisão preventiva, pois apenas a segregação de Braga Netto poderia garantir o fim da obstrução.
A prisão de Braga Netto foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito do golpe que tramita no STF, no último sábado (14). Segundo as investigações da Polícia Federal, o general estaria obstruindo a investigação sobre a tentativa de golpe de Estado no país para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva. Ele foi apontado como um dos principais articuladores do plano golpista e teria tentado acessar informações sigilosas da delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
A defesa de Braga Netto negou as acusações de obstrução nas investigações. Após a prisão, os advogados afirmaram que as acusações tratam de fatos passados e que o general não representava mais qualquer ameaça à investigação em curso. No entanto, a PGR sustenta que a prisão preventiva é necessária para garantir a continuidade das investigações e evitar a obstrução da justiça. O caso continua em tramitação no STF aguardando uma decisão final.