Em sua defesa, Gonet desmantelou as alegações apresentadas por advogados dos réus, que tentaram destacar a distorção temporal entre os comportamentos criminosos do grupo e os eventos que marcaram a tentativa de golpe. O procurador argumentou que, em uma organização criminosa, todos os integrantes são co-responsáveis pelos atos ilícitos. Para ele, práticas distantes no tempo ainda assim se atrelam ao mesmo objetivo malicioso, criando um contexto de continuidade nas ações do grupo.
O núcleo 4 inclui figuras significativas, como militares e integrantes da Polícia Federal, que têm uma relação direta com a disseminação de teorias da conspiração contra o processo eleitoral brasileiro. Durante a sessão, Gonet destacou um relevante ponto ao dizer que a desinformação acerca das urnas eletrônicas não ocorre de forma isolada, mas sim como parte de um esquema coordenado para minar a confiança pública nas instituições democráticas.
A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, destacou a relevância das discussões sobre os sistemas de votação, corrigindo um advogado que membrou a proposta de voto impresso como se esta tivesse sido discutida no Tribunal Superior Eleitoral. Segundo Cármen, não houve qualquer sinalização do STF ao TSE nesse sentido, mas sim um embate legal que reafirmou a inconstitucionalidade da proposta.
O julgamento, que durou cerca de uma hora, também teve momentos de descontração, com diálogos entre os ministros, ressaltando o clima tenso e, ao mesmo tempo, peculiar que envolve casos dessa gravidade. A próxima sessão será crucial, pois ficará a cargo dos ministros da 1ª Turma do STF decidirem sobre as condenações dos réus.
Esses eventos ecoam o momento atual da política brasileira, onde a luta contra a desinformação se faz ainda mais vital para a preservação da democracia e da legitimidade das eleições. O desfecho deste caso poderá ter repercussões significativas na forma como a justiça e a sociedade lidam com questões relacionadas à verdade e à confiança nas instituições.