De acordo com a PGR, foram reunidas provas de que o denunciado cometeu cinco crimes ao oferecer auxílio material e moral ao grupo que invadiu e depredou as sedes dos Três Poderes. Ele deve responder por associação criminosa armada; abolição violenta do Estado Democrático de Direito; golpe de Estado; dano qualificado pela violência e grave ameaça, com emprego de substância inflamável, contra o patrimônio da União e com considerável prejuízo para a vítima, além de deterioração de patrimônio tombado, com penas máximas que passam de 30 anos de reclusão.
O procurador Carlos Frederico Santos, coordenador do Grupo Estratégicos dos Atos Antidemocráticos (GCAA), disse que a denúncia apresenta um relato detalhado de fatos ocorridos entre outubro de 2022, quando saiu o resultado das eleições presidenciais, até o dia 8 de janeiro, data das invasões.
Segundo a PGR, o denunciado participou ativamente de grupos de mensagens virtuais com teor golpista no período que antecedeu os crimes. Ele é acusado de manter uma lista de transmissão em aplicativo de mensagem destinada a difundir ideias golpistas. Em período próximo aos eventos criminosos, ele passou a encaminhar postagens incitando a subversão da ordem democrática e tratando da organização do transporte para Brasília.
A PGR ainda informou que o denunciado fretou os quatro veículos, apresentou à empresa contratada os dados de 108 passageiros e que boa parte dessas pessoas efetivamente embarcou nos veículos rumo a Brasília. Entre os passageiros dos ônibus fretados pelo denunciado, estava Orlando Ribeiro Júnior, preso em flagrante no Palácio do Planalto no momento da depredação. Júnior já foi condenado pelo STF a três anos de prisão e também viajou a Brasília em um dos veículos fretados pelo denunciado, sendo um dos presos em flagrante no dia seguinte, nas imediações do Quartel General do Exército.
Além disso, segundo a PGR, as invasões e depredações causaram prejuízos aos cofres públicos que somam, até o momento, R$ 3,5 milhões no Senado, R$ 2,7 milhões na Câmara dos Deputados, mais R$ 9 milhões no Palácio do Planalto, apenas em relação às obras de arte, e R$ 11,4 milhões no Supremo Tribunal Federal. Houve também danos inestimáveis em bens históricos.
Até o momento, o Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos denunciou 1.413 pessoas, divididos em 1.156 incitadores, 248 executores, oito agentes públicos e um financiador. A investigação continua em curso e novas denúncias e desdobramentos são esperados.