PF Solicita Investigação ao STF sobre Viagem de Ex-Assessor de Bolsonaro aos EUA em Plena Controvérsia de Golpe

Investigação sobre Ex-Assessor de Bolsonaro Ganha Novos Rumos

A Polícia Federal (PF) protocolou, no dia 20 de outubro, um pedido junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) para conduzir uma investigação em relação à possível entrada de Filipe Martins, ex-assessor internacional do ex-presidente Jair Bolsonaro, nos Estados Unidos em dezembro de 2022. Essa solicitação surge em um contexto delicado e controverso, uma vez que a viagem de Martins ocorreu apenas uma semana antes dos tumultos de 8 de janeiro, que buscavam contestar a legitimidade do resultado eleitoral.

O pedido da PF foi motivado por exigências do ministro Alexandre de Moraes, que destacou a necessidade de esclarecimentos sobre a viagem do ex-assessor, atualmente réu no processo que investiga um suposto esquema golpista durante a administração de Bolsonaro. A situação foi exacerbada por uma declaração do Departamento de Alfândega e Proteção de Fronteiras dos Estados Unidos, que, em nota, ressaltou que não há registro da entrada de Martins no país na data mencionada.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) já identificou Martins como uma figura central na elaboração de um plano que delineava um golpe de Estado que circulou dentro dos círculos próximos a Bolsonaro. O delegado Fábio Shor, responsável pela investigação, ressaltou a importância de verificar se Martins pode ter simulado sua entrada nos Estados Unidos, utilizando prerrogativas que permitiriam a membros de uma comitiva presidencial evitar a presença física em procedimentos oficiais.

Após um período de detenção, em agosto de 2024, Martins foi liberado sob supervisão de tornozeleira eletrônica. Desde sua soltura, a defesa do ex-assessor contestou as alegações de que ele teria penetrado no território americano, questionando também a base da prisão determinada por Moraes.

O desdobramento dessa investigação reflete não apenas as controvérsias que marcam a transição de governo no Brasil, mas também a complexidade das relações entre os antigos e atuais detentores de poder. À medida que os desdobramentos se desenrolam, a atenção pública permanece voltada às consequências que essas revelações poderão ter para o passado recente do Brasil e para o futuro político do país.

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