PF pede abertura de inquérito para investigar desvios em emendas parlamentares ligadas ao senador Eduardo Gomes, do PL-TO.

A Polícia Federal (PF) solicitou a abertura de um inquérito para investigar possíveis desvios relacionados a emendas parlamentares do senador Eduardo Gomes (PL-TO), atual 1º vice-presidente do Senado e ex-líder do governo de Jair Bolsonaro no Congresso Nacional. O pedido da PF foi feito no contexto da operação Emendário, que teve como alvo três deputados do PL denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Durante as investigações, a PF encontrou mensagens em aparelhos eletrônicos apreendidos que indicavam a cobrança de valores de Carlos Lopes, secretário parlamentar do deputado Josimar Maranhãozinho (PL-MA), por um ex-assessor de Eduardo Gomes identificado como Lizoel Bezerra. Segundo a PF, as mensagens revelam uma possível negociação de porcentagens de emendas destinadas pelo senador sob a gestão de Maranhãozinho.

Em uma das mensagens, Lizoel Bezerra cobra um “saldo devedor” de R$1,3 milhões, solicitando o pagamento de pelo menos R$150 mil naquele momento devido a uma suposta viagem. A PF identificou que o senador Eduardo Gomes poderia ser o destinatário das mensagens após encontrar um print de uma conversa onde o seu nome e uma foto do mapa de Tocantins estavam presentes.

Apesar das conversas interceptadas, a origem da dívida não pôde ser identificada. As trocas de mensagens entre Lizoel Bezerra e Carlos Lopes continuaram até a véspera de um mandado de busca que foi cumprido na casa de Lopes durante a operação Emendário. Com base nas evidências encontradas, a PF encaminhou um relatório à PGR sugerindo a abertura de uma nova investigação mais aprofundada sobre o envolvimento do senador nas supostas irregularidades.

A assessoria de Eduardo Gomes afirmou que o senador destinou recursos para vários estados, incluindo o Maranhão, durante sua atuação como líder do governo Bolsonaro e relator do orçamento. A defesa também ressaltou que Lizoel Bezerra não é funcionário do gabinete no senado, mas sim um motorista que trabalhou em campanhas políticas do senador. A PGR, por sua vez, determinou a realização de diligências preliminares a partir do relatório da PF, buscando esclarecer os indícios apontados na investigação.

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