PF forma grupo de trabalho para investigar afundamento do solo em Maceió relacionado à Braskem e crimes ambientais.

A Polícia Federal (PF) anunciou, ontem, a formação de um grupo de trabalho especializado na investigação dos crimes relacionados à Braskem, que resultaram no afundamento do solo em cinco bairros de Maceió. Esse anúncio aconteceu em resposta a uma solicitação do Ministério Público Federal de Alagoas, que tem buscado uma solução para o problema que afeta a população da região.

O Grupo de trabalho é formado por delegados e agentes especializados, que foram selecionados em áreas como geologia, engenharia, biologia e geofísica. A investigação será liderada pela superintendência da PF em Alagoas, mas conta com o apoio de unidades em todo o Brasil, mostrando a seriedade e preocupação com o caso.

O inquérito policial foi instaurado em 5 de setembro de 2019, em resposta aos “Estudos Sobre a Instabilidade do Terreno nos bairros Pinheiro, Mutange e Bebedouro, Maceió”, publicados pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM) em abril de 2019. Esses estudos apontaram a exploração de sal-gema pela Braskem como a causa dos fenômenos geológicos na capital alagoana, resultando em rachaduras, fissuras e afundamento do solo.

Os crimes que estão sendo abordados pela PF incluem poluição qualificada, usurpação de recursos da União e apresentação de estudos ambientais falsos ou enganosos. No entanto, a Braskem nunca assumiu oficialmente a responsabilidade pelo afundamento do solo, apesar de ter pago R$ 9,2 bilhões desde 2020 como compensação financeira em decorrência de um acordo de desocupação de áreas de risco.

O afundamento do solo em Maceió acontece em áreas onde houve extração de sal-gema para a produção de soda cáustica e PVC, e a exploração na região começou na década de 1970. O problema se agravou após o primeiro tremor em 2018, e no total, são 35 minas que estão envolvidas.

Recentemente, a cidade de Maceió decretou estado de emergência devido ao acelerado afundamento do solo, e o presidente em exercício, Geraldo Alckmin (PSB), autorizou um empréstimo de US$ 40 milhões para a capital alagoana. A Braskem também já foi multada 20 vezes pelo Instituto do Meio Ambiente do Estado de Alagoas.

A formação desse grupo de trabalho pela Polícia Federal mostra o compromisso em encontrar soluções para os problemas causados pelo afundamento do solo em Maceió, reforçando a importância de uma investigação detalhada para responsabilizar os culpados e evitar que situações semelhantes ocorram no futuro. A população afetada pela situação espera que medidas efetivas sejam tomadas o mais rápido possível, para que possam voltar a viver em segurança.

Sair da versão mobile