PF aponta que Bolsonaro tinha conhecimento de carta golpista do Exército e investigação avança com mais de 36 indiciados.

A Polícia Federal revelou que o ex-presidente Jair Bolsonaro tinha pleno conhecimento e concordância com a confecção e disseminação de uma carta com conteúdo golpista assinada por oficiais do Exército. Segundo as investigações, a carta visava incitar os militares e pressionar o Comando do Exército a aderir a uma ruptura institucional.

O diálogo entre o tenente-coronel do Exército Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros e o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, foi essencial para desvendar a participação do ex-presidente no planejamento da carta golpista.

O inquérito da Operação Contragolpe resultou no indiciamento de Bolsonaro e mais 36 investigados por golpe de Estado, abolição violenta do Estado de Direito e organização criminosa. O ministro Alexandre de Moraes encaminhou os autos para a Procuradoria-Geral da República para os próximos passos legais.

A Polícia Federal afirmou que os militares envolvidos no caso se reuniram em Brasília para planejar e executar ações destinadas a incitar as Forças Armadas, recrudescer manifestações e pressionar o Comando do Exército a aderir ao golpe. O objetivo era obter o suporte do braço armado do Estado para que Bolsonaro assinasse o decreto golpista e permanecesse no poder sem oposição dos poderes constituídos.

A carta do golpe foi distribuída nos quartéis com o título ‘carta dos oficiais superiores ao comandante do Exército brasileiro’. Além disso, os investigados buscaram pressionar comandantes militares em diversas regiões do país para obter adesão ao golpe.

A PF destacou a importância de neutralizar o ministro Alexandre de Moraes, considerado um ponto de resistência que poderia impedir a consumação do golpe. O relatório final do inquérito da Operação Contragolpe, com 884 páginas, detalha as ações e a participação dos envolvidos na trama golpista.

O Exército concluiu seu próprio inquérito sobre a carta, identificando os autores do documento e punindo alguns dos envolvidos. Os coronéis responsáveis pela redação da carta foram citados, assim como outros militares que deram explicações consideradas suficientes e não receberam punições.

Em meio a esse cenário complexo, as investigações prosseguem para garantir a segurança institucional e a manutenção do Estado Democrático de Direito no Brasil. As revelações sobre a participação de Bolsonaro no planejamento do golpe levantam questionamentos sobre sua conduta ética e legalidade enquanto ocupava o cargo de presidente. A sociedade aguarda por desdobramentos e respostas diante dessa grave situação.

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