PF aponta lobista em esquema milionário de liberação de emendas e convênios em ministérios na Operação Overclean. Foro privilegiado é investigado.



A Polícia Federal (PF) deflagrou a operação Overclean para investigar um esquema de desvios em contratos milionários envolvendo o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs) e outras entidades públicas com empresas ligadas a um grupo liderado pelos irmãos Alex e Fabio Parente, além de José Marcos de Moura, conhecido como o Rei do Lixo na Bahia. Um homem apontado como lobista do grupo, Gabriel Mascarenha Sobral, é acusado de atuar de forma sistemática para beneficiar essas empresas por meio de liberação de emendas e celebração de convênios em dois ministérios.

Segundo a PF, as empresas do grupo possuem contratos milionários com órgãos federais, estaduais e municipais, muitos deles abastecidos com recursos provenientes de emendas parlamentares. A liberação dessas emendas e a assinatura de convênios eram essenciais para garantir os pagamentos às empresas do grupo.

A operação avançou sobre apadrinhados do União Brasil, levando ao afastamento do secretário de Educação de Belo Horizonte, Bruno Barral. A PF encontrou indícios da participação do deputado Elmar Nascimento, também do União Brasil, nos desvios investigados, o que levou o caso a ser encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Um dos pontos destacados na investigação foi uma ligação de três minutos entre Gabriel Sobral e Alex Parente, seguida pelo envio de uma mensagem de WhatsApp a uma pessoa chamada Édson SP. Essa troca de informações resultou em uma transferência de R$ 200 mil da empresa BRA Teles para Samuca Silva Franco, apontado como operador financeiro do grupo.

A investigação da PF revelou também transações suspeitas de Gabriel Sobral, incluindo uma envolvendo uma pessoa com foro por prerrogativa de função, o foro privilegiado. A operação Overclean teve início para apurar desvios em um contrato do Dnocs, mas se expandiu após descobrir a atuação do grupo em contratos com governos federais, estaduais e municipais. Após apreender documentos suspeitos em um avião, a PF realizou diversas fases da operação, causando apreensão entre políticos envolvidos.

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