Petro alerta: “Podem cair bombas em Manaus e Rio de Janeiro devido a ações militares dos EUA na América do Sul”

Durante a inauguração do Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia, em Manaus, o presidente colombiano Gustavo Petro fez declarações alarmantes sobre a crescente presença militar dos Estados Unidos na América do Sul. Segundo ele, os movimentos militares do governo norte-americano, que envolvem a alocação de mais de 4 mil marinheiros e fuzileiros navais em navios posicionados perto da costa da Venezuela, representam uma ameaça não apenas para Caracas, mas para toda a região sul-americana.

Petro alertou que, se não houver uma resposta coletiva dos países da América do Sul, cidades como Manaus, Rio de Janeiro e Bogotá podem se tornar alvos de operaçõesmilitares estadunidenses. Ele afirmou que “podem cair bombas” em várias localidades, provocando uma reflexão sobre a necessidade de união entre os países da região. O presidente colombiano questionou se os países da América Latina deveriam permanecer em silêncio diante dessas ações que poderiam comprometer a segurança de suas populações.

As tensões aumentaram ainda mais após um incidente recente, no qual forças dos EUA atacaram uma embarcação civil, resultando na morte de pelo menos 11 pessoas. Embora Petro tenha mencionado que ainda não está claro se as vítimas estavam envolvidas com o tráfico de drogas, ele caracterizou o ataque como um “assassinato”, desafiando a narrativa de combate ao narcotráfico frequentemente usada para justificar a intervenção militar. Ele criticou a abordagem dos EUA, afirmando que a América Latina deve ter voz e agir de forma assertiva em defesa de sua soberania.

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, também está reagindo à situação. Diante das ameaças, ele anunciou a mobilização de quase 5 milhões de reservistas, enfatizando que a região enfrenta um dos maiores riscos de sua história. Maduro relatou que atualmente existem pelo menos oito navios de guerra dos EUA, junto com submarinos nucleares e mísseis, apontando para seu país, numa clara demonstração de força militar.

A resposta de Caracas à presença militar dos EUA tem sido contundente, considerando essas operações como tentativas de intimidação. O líder da milícia bolivariana da Venezuela, Orlando Romero, também se manifestou, argumentando que as ações dos Estados Unidos não estão genuinamente relacionadas ao combate ao narcotráfico, mas sim a um interesse maior na instabilidade da região.

Essa escalada de tensão entre as nações sul-americanas e os EUA destaca a necessidade de um diálogo mais profundo e de um trabalho conjunto, caso a América do Sul deseje manter sua autonomia e garantir a segurança de seus cidadãos no atual cenário geopolítico.

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