Pessoa negra é morta a cada quatro horas em nove estados brasileiros em 2023, aponta levantamento da Rede de Observatórios da Segurança.

No Brasil, a realidade das intervenções policiais é um reflexo preocupante da desigualdade racial no país. Um novo levantamento da Rede de Observatórios da Segurança revelou que uma pessoa negra é morta a cada quatro horas em nove estados brasileiros, em 2023.

Os dados são alarmantes: quase 90% dos mortos em intervenções policiais são pessoas negras. No ano passado, foram registradas 4.025 mortes decorrentes de ações policiais nesses estados, sendo que em 3.169 casos foi possível verificar a raça e cor da vítima. Destes, 87,8% eram negros.

A Bahia lidera o triste ranking de letalidade policial, com 1.702 mortes em 2023, sendo 94,6% das vítimas negras. No entanto, é importante ressaltar que em 306 casos no estado não foi possível registrar a raça da vítima, o que pode indicar um subnotificação das mortes.

Além disso, o levantamento aponta que 243 das pessoas mortas em intervenções policiais eram crianças ou adolescentes. Esses números são estarrecedores e evidenciam a urgência de políticas públicas que enfrentem o racismo estrutural que permeia o sistema de segurança pública no Brasil.

Os estados analisados no estudo também apresentam realidades preocupantes, como no Rio de Janeiro, com 871 mortes (sendo 690 vítimas negras), no Pará, com 530 mortes (sendo 232 vítimas negras), entre outros.

O levantamento anual “Pele Alvo: mortes que revelam um padrão” publicado pela Rede de Observatórios da Segurança é crucial para evidenciar essas disparidades e cobrar medidas efetivas para frear a violência institucional que vitima principalmente a população negra no Brasil. A luta contra o racismo deve ser constante e envolver toda a sociedade na busca por um sistema de segurança mais justo e igualitário.

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