Entretanto, não se pode ignorar que nem toda essa quantidade de hidrogênio é acessível para exploração. Uma parte pode ter sido perdida ao longo do tempo ou pode estar localizada em áreas que tornam a extração inviável do ponto de vista econômico. Apesar disso, pesquisadores garantem que há uma quantidade suficiente de energia potencial disponível em determinadas áreas geológicas que poderiam ser exploradas. A formação do hidrogênio natural ocorre por meio de complexos processos geoquímicos. Um dos principais responsáveis por isso é a interação entre a água e minerais de ferro presentes na crosta, que resulta na liberação de hidrogênio molecular.
Outro método pelo qual o hidrogênio é gerado é através do decaimento radioativo de certos elementos que habitam as profundezas do planeta. Este processo libera radiação que consegue quebrar as moléculas de água, separando-as em hidrogênio e oxigênio, uma técnica conhecida como radiólise. Apesar da produção contínua de hidrogênio nas profundezas da Terra, a extração do gás apresenta desafios. Ele é altamente volátil e, ao atingir a superfície, dispersa-se rapidamente na atmosfera. Para contornar esse problema, os geólogos propõem que em rochas porosas possam ser formadas “armadilhas” naturais que retenham o hidrogênio, oferecendo um meio de coletá-lo de maneira mais eficiente.
O hidrogênio gerado poderia ter um impacto significativo em indústrias essenciais, como na produção de amônia e metanol, que são fundamentais para a fabricação de fertilizantes. Além disso, o gás tem grande potencial para contribuir na transição para fontes de energia mais limpas, uma vez que pode ser utilizado para alimentar veículos e até mesmo usinas elétricas, auxiliando assim na redução da dependência de combustíveis fósseis. Essa descoberta não só abre novas possibilidades para a exploração de recursos energéticos sustentáveis, como também aponta para um futuro em que o hidrogênio pode desempenhar um papel vital na matriz energética global.