As bombas MK 84, que se destacam pelo seu potencial destrutivo, foram utilizadas em operações que visavam alvos militares, mas que também resultaram em impactos trágicos e letais em áreas civis. Um estudo realizado por pesquisadores do FXB Center for Health de Harvard revelou que, entre os dias 7 e 17 de novembro de 2023, Israel lançou 592 dessas bombas perto da infraestrutura hospitalar em Gaza. Os dados indicam que a explosão dessas munições pode ser fatal a uma distância de até 360 metros e causar ferimentos a pessoas em um raio de 800 metros.
A investigação ainda expôs que dos 36 hospitais presentes em Gaza, nove foram atingidos, com efeitos devastadores nas capacidades de atendimento médico. Em um contexto onde a população civil já sofre com as restrições de acesso a cuidados de saúde, esse ataque agrava uma situação humanitária crítica. A realidade é de que Israel, durante um curto período entre o final de 2023 e meados de 2024, utilizou mais munições na faixa de 365 quilômetros quadrados do que a quantidade total lançada sobre cidades europeias como Londres, Hamburgo e Dresden durante a Segunda Guerra Mundial.
Com esse uso intensivo da força militar, a estimativa é de que cerca de 33.000 palestinos tenham perdido a vida nos primeiros cem dias de conflito, número que revela um nível de destruição alarmante e sem precedentes, fazendo desta uma das crises humanitárias mais severas desde a década de 1990. As consequências dessa escalada de violência não apenas marcam um período de dor e perda, mas levantam questões urgentes sobre a responsabilidade internacional e a necessidade de intervenções que busquem restaurar a paz e proteger os direitos humanos na região.