A pesquisa foi realizada com a análise de fósseis encontrados na formação Solnhofen Plattenkalk, um local notório por sua preservação de restos fósseis do Jurássico. Os paleontólogos Martin Ebert e Martina Kölbl-Ebert descobriram que os belemnites frequentemente se alojavam na boca e nas brânquias dos Tharsis, resultando em asfixia e morte para esses peixes. Os restos dos cefalópodes, por serem um item atrativo para a alimentação dos Tharsis, apresentavam uma armadilha traiçoeira, já que ao serem ingeridos, suas conchas podiam obstruir completamente a boca do peixe, tornando impossível a expulsão.
Esses peixes possuíam um modo de alimentação que envolvia a sucção de pequenos organismos, porém, a inocência de sua dieta os tornava suscetíveis a essa fatalidade. Além disso, a pesquisa revelou que os belemnites eram habitantes do mar aberto e deixavam poucos vestígios fósseis, dificultando ainda mais a sua identificação em registros paleontológicos. A descoberta alerta sobre como comportamentos instintivos, geralmente inofensivos, podem levar a consequências mortais de maneiras inesperadas.
Os pesquisadores indicam que, assim como os Tharsis, muitas espécies podem ser atraídas por restos em decomposição, sem perceber os perigos que podem ocultar. A revelação sobre a trágica queda desses peixes no Jurássico não é apenas um testemunho da fragilidade da vida marinha antiga, mas também um aviso sobre a vulnerabilidade que pode acompanhar a busca por alimento. Essa pesquisa amplia nosso entendimento sobre a complexidade das interações ecológicas através do tempo, elucidando a relação entre predador e presa em um passado longínquo marcado por desafios inusitados.