Pesquisadores brasileiros desenvolvem hidrogel de baixo custo com ação anti-inflamatória para tratar feridas crônicas em pacientes com diabetes.



Pesquisadores brasileiros estão desenvolvendo um hidrogel de baixo custo com ação anti-inflamatória capaz de ajudar a tratar feridas crônicas na pele, especialmente recomendado para pacientes com diabetes. O produto elaborado por pesquisadores da Universidade Estadual Paulista e da Universidade Federal de São Paulo contém aminoácidos que formam a proteína AnxA1, necessária para diminuir as células inflamatórias.

O efeito da substância foi testado em camundongos que apresentaram quadros semelhantes aos do diabetes tipo 1 induzido. Três dias após o início do uso do novo hidrogel, a redução da inflamação começou a ser percebida, e após 14 dias, as feridas estavam completamente cicatrizadas. Em comparação, camundongos que receberam apenas aplicação de um hidrogel simples, sem a proteína, tiveram lesões mais intensas no terceiro dia.

De acordo com a pesquisadora Sonia Maria Oliani, coordenadora do estudo, o novo hidrogel é altamente absorvente, mantém o meio úmido ideal para a cicatrização e mostra eficiência para levar ao processo de cicatrização completa da lesão, reduzindo o tempo de cicatrização. Ela destaca que embora o gel ainda esteja em período experimental, na parte pré-clínica, há uma grande possibilidade de entrar no mercado após a fase clínica, quando é testado em pessoas, e após a obtenção da autorização para produção.

A coordenadora ressalta que o novo hidrogel é de fácil produção e baixo custo, o que o torna economicamente viável. Os resultados dos testes em animais foram publicados na revista Biomedicine & Pharmacotherapy e o estudo conta com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo.

O processo de cicatrização de lesões é mais complicado para pacientes com diabetes, devido ao aumento da produção de substâncias oxidantes causado pela hiperglicemia. As feridas diabéticas têm uma resposta inflamatória maior e o processo de formação de vasos sanguíneos é prejudicado. Segundo a Federação Internacional de Diabetes, o Brasil é o sexto país em número de pessoas com a doença, que atingiu proporções epidêmicas e se tornou a quinta causa de morte no mundo.

Estima-se que um entre cinco pacientes com diabetes possa desenvolver feridas crônicas, como a úlcera do pé diabético. A nova descoberta pode representar um avanço significativo no tratamento de feridas crônicas em pacientes com diabetes, contribuindo para melhorar a qualidade de vida e reduzir complicações decorrentes da doença.

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