A pesquisa, que analisou mais de 37 mil tuítes publicados nos EUA e no Brasil, contou com o auxílio de uma tecnologia de Inteligência Artificial chamada Botomer para avaliar a autenticidade dos usuários. O estudo revelou que dentre os dez perfis mais influentes no Twitter, três estavam localizados nos EUA, em Orlando, Nova Jersey e na Califórnia.
Além disso, a ferramenta Page Rank foi utilizada para avaliar os usuários mais “retuitados”, sendo que quatro dos dez perfis mais influentes estavam fora do Brasil, com destaque para Rússia, Reino Unido e dois nos Estados Unidos, em Miami e na Flórida.
Segundo Joshua Scacco, autor da pesquisa, locais como Orlando e Miami, na Flórida, foram bastante ativos na comunicação de apoio aos ataques aos Três Poderes no Brasil. Mesmo com poucos seguidores, contas de brasileiros localizados na Flórida foram muito compartilhados entre os apoiadores dos ataques.
O estudo classificou esses perfis como “pontes” entre centrais de desinformação e o público em massa. Os pesquisadores ressaltaram que a derrubada dessas contas poderia resultar em um grande abalo nas redes de desinformação, embora elas possam ser reconstruídas posteriormente.
O código “Festa da Selma”, utilizado por bolsonaristas engajados nas redes sociais, serviu como uma espécie de chamado para os atos de 8 de janeiro e foi incluso na investigação da Operação Lesa Pátria da Polícia Federal. A expressão foi utilizada para organizar e coordenar as invasões, além de manter viva a esperança na continuidade do então presidente Jair Bolsonaro no poder.
Esses resultados apontam para a importância de se compreender e combater a influência de perfis estrangeiros na promoção de eventos de desestabilização político-social em países como o Brasil e os Estados Unidos, onde a democracia ainda é vista como vulnerável e de difícil manutenção.