O tema da anistia tem ganhado novos contornos no debate público após membros da família Bolsonaro se pronunciarem a favor do perdão aos envolvidos nos atos de vandalismo e invasão das instituições. Essa defesa é particularmente significativa, uma vez que uma eventual anistia poderia beneficiar diretamente o ex-presidente Jair Bolsonaro, que atualmente enfrenta investigações no Supremo Tribunal Federal por suposta tentativa de golpe, agravos que remontam ao processo eleitoral de 2022.
A proposta de anistia não encontra respaldo apenas entre a população em geral; ela enfrenta resistência contundente, especialmente fora do círculo bolsonarista. Este cenário evidencia uma divisão notável no campo político e social do país, onde a maioria da população continua a rejeitar qualquer tipo de clemência para aqueles que participaram de ações que violaram a ordem democrática.
O levantamento atual é o quarto realizado pelo Datafolha sobre este tema, mostrando uma relativa constância nas opiniões públicas. Em abril, 56% da população se opunham à anistia, enquanto em março esse número chegava a 63%. Apesar de uma leve diminuição na rejeição à proposta, a cifra ainda revela que a maioria dos brasileiros permanece firme em sua posição contra o perdão aos responsáveis pelos eventos antidemocráticos que consternaram o país em janeiro passado.
Esses dados indicam que, conforme o debate continua, a sociedade brasileira mantém uma postura crítica em relação à anistia, refletindo um descontentamento generalizado com a possibilidade de tratamento brando para aqueles cujas ações desafiaram os princípios democráticos. A discussão sobre esse tema deve continuar a ressoar no cenário político, à medida que mais desenvolvimentos surgem nas investigações em curso.