Segundo o estudo, 98% dos entrevistados acreditam que a situação econômica irá piorar, enquanto 90% não confiam no governo atual e 85% são contra a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até cinco salários mínimos. Esses números refletem a insatisfação e desconfiança dos profissionais do mercado em relação às políticas econômicas em vigor.
Para o diretor da Quaest, Felipe Nunes, esses resultados representam a reação do mercado ao pacote de corte de gastos proposto pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Entre os entrevistados, 86% acreditam que o presidente Lula está mais preocupado com sua popularidade do que com o equilíbrio das contas públicas.
Além disso, a pesquisa apontou uma piora na avaliação do Congresso, o que pode estar relacionado à perspectiva de aprovação da isenção do Imposto de Renda para os que ganham até R$ 5 mil. Os profissionais do mercado parecem temer que essa medida seja aprovada, enquanto um possível aumento na tributação para os que recebem mais de R$ 50 mil por mês não seja efetivado.
O cenário econômico atual parece refletir um embate entre os interesses do mercado financeiro e as políticas públicas voltadas para a redução das desigualdades sociais. Enquanto os operadores do mercado buscam proteger seus interesses e privilégios, o governo tenta implementar medidas que possam beneficiar as camadas mais vulneráveis da sociedade. A tensão entre esses dois lados evidencia a persistência da luta de classes no cenário político e econômico do Brasil.