Pesquisa do IPEA revela realidade das trabalhadoras domésticas no Brasil e aponta desafios para políticas públicas

No último dia 27 de abril, foi comemorado o Dia Nacional da Trabalhadora Doméstica, em homenagem a Santa Zita, considerada a padroeira das domésticas. Nessa data especial, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), em parceria com o Ministério da Igualdade Racial, lançou uma pesquisa online para conhecer melhor a realidade das trabalhadoras e trabalhadores domésticos no Brasil.

De acordo com o IPEA, a categoria ainda enfrenta desafios como a falta de políticas públicas que garantam condições de trabalho dignas e salários justos. A pesquisadora Ana Amélia Camarano ressaltou a importância desse levantamento para orientar a criação de políticas adequadas para os profissionais domésticos e cuidadores de idosos, que também fazem parte dessa categoria.

Ana Amélia destacou que a aprovação da lei das domésticas foi um avanço, mas que ainda há questões a serem resolvidas, como a redução de trabalhadores com carteira assinada e o aumento de diaristas sem direitos sociais. A pesquisadora também alertou para a situação dos cuidadores de idosos, que não têm sua profissão regulamentada.

Segundo o IPEA, estima-se que no Brasil existam cerca de 6 milhões de pessoas trabalhando como domésticos remunerados, sendo mais de 91% delas mulheres, dois terços negras e cerca de 10% com mais de 60 anos. Dados da Pnad do IBGE mostram que muitas dessas trabalhadoras enfrentam precarização, com altas taxas de informalidade e baixos salários.

Para participar da pesquisa do IPEA, basta acessar o site do instituto e preencher o questionário até o dia 13 de junho. O preenchimento leva apenas cerca de 10 minutos e os dados coletados são protegidos pela Lei Geral de Proteção de Dados. Essa iniciativa visa trazer mais visibilidade e apoio para os profissionais que dedicam suas vidas ao trabalho doméstico e de cuidados no Brasil.

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