Personal Trainer Carioca Denuncia Assédio Sexual em Voo Internacional
No último domingo, uma repercussão inquietante tomou conta das redes sociais após a narrativa da personal trainer carioca Taíssa Batista Tucci, de 30 anos, que relatou ter sido vítima de assédio sexual durante um voo da companhia TAAG Airlines. O incidente ocorreu em um percurso noturno que ligava Luanda, em Angola, ao Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, enquanto Taíssa retornava de um intercâmbio na África do Sul com destino ao Rio de Janeiro.
De acordo com as informações compartilhadas por Taíssa, ao deixar o banheiro da aeronave, ela foi abordada por três comissários de bordo que fizeram comentários de conotação sexual, desrespeitando sua integridade e criando um ambiente desconfortável. A profissional do esporte relatou que, ao ser questionada sobre seu estado civil, respondeu afirmativamente que era casada. Os comentários que se seguiram deixaram Taíssa ainda mais constrangida. “Fiquei chocada com a falta de respeito. Eles disseram que era uma pena para meu marido e que ele precisava dividir”, contou em uma declaração emocionada.
O relato de Taíssa não para por aí. Em meio a essa situação constrangedora, um dos tripulantes ainda se permitiu ironizar mencionando a Lei Maria da Penha, o que intensificou a sensação de vulnerabilidade da passageira. “Eu voltei para o meu assento e desabei em lágrimas. Fui além de exposta; senti que estava impotente em uma situação como essa”, disse ela, ressaltando a presença de uma comissária que, segundo suas palavras, também parecia ser uma vítima naquele contexto.
Imediatamente após o desembarque, Taíssa decidiu formalizar sua denúncia na 16ª DP, na Barra da Tijuca, e seu caso foi encaminhado à Polícia Federal, uma vez que os atos ocorreram em espaço aéreo internacional. A companhia aérea se pronunciou sobre o incidente, expressando pesar pelo ocorrido e informando que uma investigação interna foi aberta para averiguar a conduta de seus funcionários. Além disso, a empresa pediu desculpas à personal trainer e garantiu que tomará medidas apropriadas para evitar que situações desse tipo voltem a ocorrer.
O advogado de Taíssa, Daniel Blanck, está elaborado uma representação criminal contra a companhia por danos morais. Ele enfatizou que, embora o assédio tenha ocorrido em um voo internacional, existem dispositivos legais brasileiros que permitem a judicialização do caso no Brasil. “Queremos alertar e encorajar outras mulheres a denunciarem esse tipo de crime. A legislação brasileira possui ferramentas para responsabilizar os envolvidos, independentemente da localização do incidente”, finalizou o advogado.
Esse episódio destaca a importância de um ambiente seguro, não apenas dentro de aeronaves, mas em todos os espaços, ressaltando a necessidade de um alerta e de ações concretas no combate ao assédio sexual.