Pentágono Intensifica Compras de Minerais Críticos para Corte da Dependência Chinesa em Metais Estratégicos

Nos últimos meses, o Departamento de Defesa dos Estados Unidos, também conhecido como Pentágono, tem acelerado suas aquisições de minerais estratégicos, com um investimento estimado de até US$ 1 bilhão (aproximadamente R$ 5,5 bilhões). Esta estratégia visa reduzir a dependência americana da China, especialmente em relação a metais que são essenciais para tecnologias militares e civis. A decisão é uma resposta às recentes restrições chinesas sobre a exportação de materiais, como terras raras e ímãs permanentes, que são cruciais para a fabricação de diversos equipamentos.

Documentos da Agência de Logística de Defesa (DLA) indicam que o foco do governo é não apenas em aumentar os estoques nacionais, mas também em fomentar a produção doméstica e buscar fontes alternativas de suprimento. Essa medida é vista como uma reação direta ao aumento dos controles de Pequim sobre exportações estratégicas, que têm exacerbado as tensões comerciais e diplomáticas entre os dois países. O governo chinês, por sua vez, aponta que as ações de Washington estão apenas servindo para agravar as relações já frágeis.

Entre os minerais que estão na mira do Pentágono estão o cobalto, antimônio, tântalo e escândio. O DLA também está considerando aquisições de tungstênio, bismuto, índio e várias terras raras, com volumes que já começam a preocupar o mercado, uma vez que superam a produção anual disponível nos Estados Unidos em alguns casos.

A crescente escassez de materiais como germânio, juntamente com o aumento dos preços do trióxido de antimônio, demonstra os riscos da dependência dos suprimentos chineses. A iniciativa do Pentágono busca garantir que os Estados Unidos tenham acesso contínuo a minerais críticos para a produção de sistemas de armas e radar, reconhecendo que eventuais interrupções podem comprometer a capacidade operacional do país em cenários de segurança.

A implementação da Lei One Big Beautiful Bill (OBBA) também reforça esse esforço, destinando US$ 7,5 bilhões (mais de R$ 41 bilhões) para fortalecer as cadeias de suprimento e estoques de minerais essenciais. Isso inclui recursos para o estoque de defesa nacional e incentivos financeiros para estimular investimentos no setor mineral.

Atualmente, a DLA já mantém diversos metais e ligas em depósitos, os quais só são liberados em situações de guerra ou necessidade estratégica. No entanto, analistas alertam que o volume de compras projetado pelo Pentágono pode ter um impacto significativo no mercado global e na dinâmica de preços, especialmente fora da China. A corrida por minerais críticos, embora ainda em sua fase inicial, está claramente se intensificando, à medida que as nações buscam garantir suas cadeias de suprimentos frente a um ambiente geopolítico cada vez mais incerto.

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