A trama se desenvolve a partir de um julgamento popular, onde temas urgentes como violência doméstica, tráfico de pessoas e desvio de verbas públicas emergem em meio à confusão e ao clamor da população local. Condenado ao isolamento, Pedro se vê em uma busca interna e espiritual, tentando ressignificar sua vida em um contexto de dor e redempção.
Com estreia marcada para 17 de julho de 2025, o longa já se destacou em diversos festivais, como o Festival de Cinema de Gramado, onde ganhou prêmios de melhor direção e atriz coadjuvante, e em festivais internacionais em Portugal e no Brasil, reforçando seu potencial narrativo e técnico. A escolha da Barra de Cunhaú como locação contribuiu para uma representação autêntica da vida marinha e cultural da região, oferecendo ao público uma rica tapeçaria visual.
Felipe Camargo, com uma carreira consolidada em cinema e televisão, traz profundidade ao seu personagem, capturando a essência da luta de Pedro para redescobrir sua identidade. A narrativa é marcada pela introdução de momentos de ironia e leveza, técnicas que a diretora Eliane Caffé acredita serem cruciais para humanizar temas espinhosos, permitindo um respiro na tensão dramática.
“A natureza, simbolizada pelo mangue, é outro personagem vital”, explica Caffé, que descreve como este ambiente natural reflete as complexidades da vida humana e a necessidade de conectar-se com nossas raízes. As vozes da comunidade e a imersão em sua cultura local foram fundamentais para o desenvolvimento do enredo, que, apesar de seus temas pesados, encontra espaço para a esperança e a reinvenção.
Com um elenco diversificado que inclui atores locais, “Filhos do Mangue” é mais do que uma simples história de redenção; é uma exploração profunda da identidade, da comunidade e da busca por significado em um mundo frequentemente hostil. O filme, que também tem apoio e participação de diversos patrocinadores e instituições, promete ser uma adição significativa ao cinema nacional, ressoando com muitos por suas inquietações sociais e humanas.