O pedido de impeachment contra Dilma Rousseff, que teve 47 assinaturas, baseava-se nas chamadas “pedaladas fiscais” e na edição de decretos de abertura de crédito sem a autorização do Congresso. Já o processo de impeachment de Fernando Collor, o primeiro presidente cassado desde a redemocratização, foi resultado de um esquema de corrupção investigado por uma Comissão Parlamentar de Inquérito.
A tramitação dos pedidos de impeachment contra Dilma e Collor foi marcada por rapidez e desfechos decisivos. A quantidade significativa de assinaturas no pedido contra Lula mostra uma articulação e fortalecimento da oposição ao governo atual, mas não garante necessariamente a abertura efetiva do processo. De acordo com especialistas, o presidente da Câmara, Arthur Lira, pode optar por deixar o requerimento na gaveta, assim como fez com um pedido de afastamento do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Mesmo sem preencher as condições que levaram ao impeachment de seus antecessores, Lula enfrenta críticas e pressões por parte da oposição devido às declarações controversas feitas durante a entrevista em Adis Abeba. O alto número de assinaturas no pedido evidencia um cenário de tensão política e fragilidade governamental, podendo representar um desafio para o atual governo. A polêmica em torno das declarações de Lula sobre o conflito em Gaza e o Holocausto acabou gerando oportunidades para a oposição se movimentar e se articular no Congresso Nacional.