O vaso, de grande relevância epigráfica, contém inscrições que mencionam gladiadores e eventos de combate, sugerindo que foi encomendado para documentar um evento específico. Líderes da pesquisa, como Glynn J.C. Davis e John Pearce, apontam que a inscrição foi realizada antes da queima do vaso, evidenciando a habilidade dos artesãos daquela época. O artefato não só é uma relíquia cultural, mas também um indício dos vínculos entre o entretenimento, a cultura local e a influência militar romana.
Entre os nomes inscritos no vaso, destaca-se “Memnon”, cuja carreira de gladiador é notável, com pelo menos nove combates registrados. Ele enfrentava oponentes armados com redes e tridentes, evidenciando as táticas e os estilos de luta da época. Outro nome, “Valentinus”, está associado à Legio XXX Ulpia Victrix, uma unidade militar que estava baseada na atual Alemanha. A ausência de combates registrados para Valentinus sugere que ele era um lutador novato, que ainda procurava firmar seu nome na arena.
Além do vaso, outras descobertas arqueológicas em Colchester indicam um rico cenário de entretenimento, como fragmentos de pinturas murais representando gladiadores e utensílios que podem ter pertencido a suas lutas. Embora os arqueólogos ainda não tenham encontrado um anfiteatro na área, a existência de um circo romano reforça a ideia de que a cidade era um importante centro de entretenimento, facilitado por conexões militares e comerciais que permitiam a movimentação de gladiadores e animais.
Essas descobertas não apenas enriquecem nosso entendimento sobre a vida e os costumes de uma sociedade antiga, mas também destacam a complexidade das interações culturais durante o Império Romano, revelando como o entretenimento estava intrinsecamente ligado à identidade e ao cotidiano dos povos que habitavam a Britânia na época.
