PEC que perdoa punições a partidos por infrações eleitorais será votada na Câmara com aumento de recursos para candidaturas de políticos pretos.

Nesta quinta-feira, 11, a Câmara dos Deputados irá votar a proposta de emenda à Constituição (PEC) que perdoa as punições aplicadas a partidos políticos que cometeram infrações eleitorais, como o descumprimento de cotas para mulheres e pessoas pretas. O relator do texto, deputado Antônio Carlos Rodrigues (PL-SP), apresentou um novo parecer na noite de quarta-feira, 10, aumentando o porcentual mínimo de recursos que os partidos serão obrigados a destinar a candidaturas de políticos pretos ou pardos.

Inicialmente, a proposta estabelecia um piso de 20% para o envio de recursos para candidaturas de pessoas pretas ou pardas. No entanto, o novo texto eleva esse porcentual mínimo para 30%. Apesar disso, a proposta ainda permite que os partidos concentrem o valor em apenas um candidato, sem seguir a proporcionalidade necessária. Além disso, os diretórios nacionais poderão escolher uma região específica para a destinação dos recursos de campanha.

Outra mudança feita pelo relator foi a retirada de um artigo que limitava a capacidade do Congresso Nacional de criar políticas afirmativas para minorias no cenário eleitoral. A PEC também determina que os partidos estarão isentos de multas ou suspensão do Fundo Partidário e Eleitoral devido a prestações de contas realizadas antes da promulgação da emenda.

Essas mudanças têm gerado debate e críticas por parte da sociedade civil. Uma nota técnica assinada por institutos que defendem a participação feminina na política e por ONGs que promovem a transparência aponta que a sociedade não participou da discussão da PEC e ressalta que a concentração de recursos em regiões específicas pode agravar as desigualdades políticas existentes.

Para que a PEC entre em vigor, é necessário o apoio de 308 dos 513 deputados em dois turnos de votação. Posteriormente, o texto seguirá para o Senado Federal, onde precisará ser aprovado por 49 dos 81 senadores, também em duas votações. Como se trata de uma emenda à Constituição, a PEC não necessitará da sanção do presidente.

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