PEC Antiaborto aprovada na CCJ da Câmara em 2024 terá destino incerto: adormecerá na gaveta de Arthur Lira.

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) Antiaborto foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, causando fortes protestos e gerando diversas discussões entre os parlamentares. A votação ocorreu no dia 27 de novembro e, segundo líderes partidários, a PEC tem um destino definido na Casa para 2024.

Apesar da aprovação na CCJ, a expectativa é de que a proposta permaneça engavetada até o final do mandato do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), em fevereiro de 2024. Líderes partidários indicam que Lira já demonstrou não ter intenção de dar continuidade à tramitação da PEC, considerada radical até mesmo por alguns deputados de direita.

Caso a proposta seguisse o trâmite normal, deveria passar por uma comissão especial que avaliaria o mérito do texto. No entanto, a criação desse colegiado depende de uma decisão do presidente da Câmara.

A PEC Antiaborto foi desenterrada na CCJ em novembro. O projeto, protocolado em 2012 pelo ex-deputado Eduardo Cunha, busca alterar o artigo 5º da Constituição para incluir a proteção da vida “desde a concepção”. Se a mudança fosse aprovada, o aborto seria inviabilizado mesmo nos casos previstos em lei, como risco de vida para a mãe, estupro e encefalia, independentemente do estágio da gestação.

Durante os debates sobre o tema, lideranças da Câmara lembraram que o presidente Arthur Lira já havia se posicionado contrário à retirada dos direitos reprodutivos das mulheres. Após pressão da sociedade civil, Lira encaminhou o projeto para debate em um grupo de trabalho, que até o momento não foi criado.

Dessa forma, a PEC Antiaborto aprovada na CCJ da Câmara dos Deputados enfrenta incertezas em relação ao seu avanço e poderá permanecer estagnada na gaveta de Arthur Lira até o término de seu mandato como presidente da Casa, em 2024.

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