Segundo parlamentares ouvidos, a preocupação principal é o fato de que Ciro está seguindo um caminho distinto do partido, agindo contra candidaturas pedetistas nas eleições deste ano e podendo comprometer o desempenho em 2026, quando o PDT precisará eleger 13 deputados ou ter 2,5% dos votos válidos para atingir a cláusula de barreira.
Os defensores da expulsão de Ciro argumentam que, caso não haja consenso sobre o assunto dentro do partido, será apresentado um requerimento para analisar a exclusão do ex-ministro. O deputado Josenildo (PDT-AP) afirmou que protocolará um pedido de expulsão se a questão não avançar de forma consensual.
Para os críticos de Ciro, suas ações nas eleições municipais em Belo Horizonte e em Fortaleza foram determinantes para essa discussão. O ex-ministro chegou a criticar publicamente a candidata do PDT à prefeitura de Belo Horizonte e, em Fortaleza, apoiou indiretamente um candidato bolsonarista no segundo turno, indo contra a orientação do partido.
A situação política no Ceará também é um ponto de atrito, com a ruptura entre Ciro e seu irmão, o senador Cid Gomes, que levou à saída de Cid e de seus aliados do PDT. O partido teve resultados eleitorais decepcionantes em 2024, perdendo prefeituras e enfrentando um clima de “terra arrasada” entre os deputados.
Diante desse cenário, a bancada do PDT na Câmara defende a formação de uma federação partidária para as eleições de 2026, com especulações sobre possíveis alianças com partidos como PSB, PSDB e Solidariedade. Para alguns deputados, é essencial priorizar as candidaturas proporcionais e não dispersar recursos em uma disputa presidencial desleal.
A reunião da bancada foi marcada por debates intensos e divergências sobre o futuro do partido e a postura de Ciro Gomes. Agora, o PDT enfrenta o desafio de reconstruir sua base política e fortalecer suas estratégias para as próximas eleições.