PDT Decide Apoiar CPI do INSS, Mas Exige Investigação de Irregularidades Durante Governo Bolsonaro em Reunião Marcada por Divergências Internas.



No Congresso Nacional, a bancada do PDT decidiu apoiar a criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) que investigará o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). No entanto, essa decisão está condicionada à inclusão da análise de irregularidades ocorridas durante o governo de Jair Bolsonaro. O posicionamento foi discutido durante a primeira reunião do partido após a reeleição de Carlos Lupi como líder da sigla, em um clima tenso que refletiu as divisões internas sobre o apoio ao governo atual de Luiz Inácio Lula da Silva.

A reunião teve como principal pauta a crise no Ministério da Previdência, também sob a gestão do PDT, que se revelou em um esquema de cobranças indevidas que totalizou R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024. Para mobilizar a CPI, foram coletadas assinaturas necessárias por parte da oposição, e os governistas acreditam que a instalação da comissão deve ocorrer em breve.

Lupi, recentemente afastado do cargo de ministro da Previdência devido ao escândalo, testemunhou a saída do PDT do apoio direto ao governo na Câmara, apesar de os senadores da sigla manterem uma postura mais favorável. Essa divisão entre os deputados e senadores ficou evidente durante a reunião, onde houve discussões acaloradas, especialmente entre o deputado Dorinaldo Malafaia e o líder Mário Heringer, ambos com visões divergentes sobre o posicionamento do partido.

Enquanto Heringer defende uma postura de independência e menos alinhamento com o governo, Malafaia tem insistido que o PDT deve permanecer na base do governo. Essa falta de consenso dentro do partido levou a decisões que indicam uma tentativa de equilibrar a independência da pauta econômica com a manutenção de laços com a administração federal.

A influência de Ciro Gomes, uma figura polarizadora dentro do partido, tem sido um ponto de discórdia, principalmente em razão de sua rivalidade com o PT nas últimas eleições. Há rumores sobre a expulsão de Ciro da sigla, além de um sinal de possíveis descontentamentos que pode levar à saída de deputados federais do Ceará.

Internamente, as discussões se estendem à possibilidade de o PDT se integrar a uma federação, com o PSB sendo apontado como uma opção favorável. No entanto, os desentendimentos entre Ciro e seu irmão, Cid Gomes, criam um obstáculo para qualquer tentativa de união. Em meio a essas tensões, Lupi sugere cautela e que a sigla espere até 2026 para tomar decisões mais definitivas, a fim de capitalizar em potenciais descontentes de outras alianças partidárias. A situação atual, percebida com ceticismo pelos parlamentares, indica um período de adaptação e reconfiguração política para o PDT.

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