Projeto de Lei da Dosimetria Pode Não Ser Votado Nesta Semana
O deputado federal Paulinho da Força, do Solidariedade-SP, anunciou que o projeto de lei referente à dosimetria pode ser adiado para votação, especialmente considerando o clima de tensão gerado pelas manifestações ocorridas no último domingo, dia 21. Segundo ele, a inclusão do projeto na pauta legislativa neste momento seria “muito arriscado”, em virtude da falta de apoio de partidos-chave, como o Partido Liberal (PL) e o Partido dos Trabalhadores (PT).
Em declarações que refletem a apreensão no cenário político, Paulinho destacou que a “temperatura subiu muito” com os protestos que tomaram as ruas de todo o Brasil. O descontentamento popular não estaria apenas relacionado à proposta em si, mas também às recentes sanções contra a família do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que agravaram a situação. Tais fatores tornam a votação do projeto ainda mais delicada e imprevisível.
A estratégia do deputado agora envolve intensas articulações políticas. Nesta terça-feira, 23, ele se reunirá com o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, na esperança de reverter a postura do partido em relação ao projeto. Além do PL, Paulinho planeja dialogar com as bancadas de outros partidos relevantes, incluindo MDB, PDT e Republicanos, buscando assim garantir uma base de apoio mais ampla.
Interessantemente, o líder do PT, Lindbergh Farias, também conversou com Paulinho na segunda-feira, 22. Apesar do contato, as expectativas são de que o PT mantenha uma posição de oposição ao projeto de lei da dosimetria, que tem como objetivo a redução das penas para aqueles condenados por atos considerados golpistas. Essa postura contribuiria para o aumento das divisões políticas em torno do tema e poderia dificultar ainda mais a aprovação da proposta.
Com o ambiente político em constante mutação e a pressão tanto das ruas quanto das instâncias legislativas, o futuro da dosimetria permanece incerto. As movimentações e negociações que ocorrerão nos próximos dias serão decisivas para determinar se o projeto verá ou não a luz do dia nesta semana. A cautela parece ser a tônica entre os parlamentares, que buscam um equilíbrio delicado entre a vontade popular e a estabilidade política.
