Patinetes em São Paulo: Fenômeno de Mobilidade ou Desrespeito às Regras?

Na cidade de São Paulo, a nova onda de mobilidade urbana traz à cena um fenômeno urbano: os patinetes elétricos. Com quase 5.000 unidades disponíveis para aluguel, esses veículos tornaram-se populares, especialmente em áreas como Pinheiros e Vila Mariana. As opiniões em relação a esse meio de transporte são diversas, alternando entre elogios e críticas. Muitas pessoas têm aproveitado os patinetes não apenas para deslocamentos diários, mas também em momentos de lazer, como passeios românticos ou caminhadas com pets.

Em dezembro de 2020, a administração municipal autorizou a volta do aluguel de patinetes, um serviço que havia sido suspenso durante a pandemia. No entanto, essa reabertura veio acompanhada de um conjunto de regras rigorosas. O uso dos patinetes é permitido apenas em ciclovias e ciclofaixas, assim como em vias com limite de velocidade de 40 km/h. As regras proíbem o tráfego nas calçadas e a circulação de mais de uma pessoa por vez no veículo. Além disso, é vedado o uso para menores de 18 anos.

Entretanto, ao caminhar pelas ruas, é fácil notar que essas diretrizes nem sempre são seguidas. Funcionários das empresas que operam os patinetes, Jet e Whoosh, alegam que não têm como fiscalizar os usuários que desrespeitam as normas. Essa falta de fiscalização poderia afetar a segurança, especialmente quando consideramos que 44 pessoas se acidentaram com patinetes em 2023, um aumento significativo em comparação com 2022.

O que também intriga os usuários é a relação custo-benefício do uso do patinete. Por exemplo, se uma pessoa ativar o patinete numa região movimentada e precisar empurrá-lo até a ciclovia mais próxima, pode gerar custos adicionais sem que isso melhore a experiência do usuário. Isso levanta questionamentos sobre a conveniência de algumas regras que poderiam, à primeira vista, favorecer a segurança, mas que se mostram inconvenientes na prática.

Entre os apaixonados por patinetes estão Kétria Azevedo e Valdir Júnior, que afirmam ter recebido recomendações de funcionários para andar em dupla. Contam que já andaram pela calçada à noite sem serem molestados. Já Paloma Vieira leva sua cachorrinha Charlote em um sling enquanto pilotam pela cidade, exclamando sobre a eficiência e a praticidade desse novo modo de transporte.

Recentemente, a administração municipal fez mudanças na integração de pontos de estacionamento e áreas de compartilhamento, o que pegou muitos usuários de surpresa. A operação das empresas se tornou mais restrita, cortando locais estratégicos e fazendo com que usuários se voluntariam a buscar alternativas, como optar pelo patinete da concorrência.

Esse novo cenário levanta a discussão sobre a necessidade de reavaliação das regras por parte da prefeitura e das empresas operadoras. Enquanto as empresas tentam se adequar às novas exigências de segurança, usuários continuam a celebrar as vantagens de um meio de transporte que promete ser tanto prático quanto sustentável para a movimentação nas grandes cidades.

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