Pastor e 35 pessoas são presos em operação que desarticula esquema de golpes em fiéis, arrecadando até R$ 3 milhões por ano com orações falsas.

Na última quarta-feira, 8 de outubro, a Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCERJ) desmantelou um esquema criminoso que tinha à frente um pastor, acusado de liderar um call center fraudulento destinado a golpear fiéis em busca de ajuda espiritual. A operação resultou na prisão de 35 indivíduos, incluindo o próprio mentor da fraude, que utilizava a fé como ferramenta para enganar e extorquir as vítimas.

De acordo com as investigações iniciadas pela 57ª Delegacia de Polícia de Nilópolis, o grupo estava arrecadando, em média, R$ 3 milhões anuais. Para operacionalizar o esquema, a organização contava com um método sistemático de abordagem. Funcionários do call center entram em contato com os fiéis, oferecendo orações em troca de pagamento, que girava em torno de R$ 50. As ligações eram realizadas com roteiros elaborados, garantindo que todos os atendentes seguissem um padrão na comunicação com as vítimas.

Os agentes da polícia analisaram a dinâmica do local, que funcionava como uma verdadeira empresa, com metas de lucro e volume de ligações a serem realizadas. As transações eram feitas principalmente por meio de transferências via Pix ou boletos bancários nominais à esposa do pastor, também implicada nas atividades ilícitas.

Após as transferências, as “orações” prometidas eram geradas utilizando inteligência artificial, adaptadas de acordo com as solicitações e necessidades relatadas pelos fiéis enganados. Essa prática mais sofisticada revelou a audácia do grupo em usar tecnologia para aprofundar a manipulação.

A investigação segue em andamento, com a polícia buscando identificar outros envolvidos no esquema e os beneficiários desta prática desonesta. O desmantelamento da operação é um passo significativo no combate a fraudes que se disfarçam sob a roupagem da fé, explorando a vulnerabilidade de pessoas em busca de apoio espiritual. As autoridades reforçaram a importância de denunciar práticas suspeitas e de se manter atento a abordagens que possam assemelhar-se a golpes.

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