De acordo com as investigações iniciadas pela 57ª Delegacia de Polícia de Nilópolis, o grupo estava arrecadando, em média, R$ 3 milhões anuais. Para operacionalizar o esquema, a organização contava com um método sistemático de abordagem. Funcionários do call center entram em contato com os fiéis, oferecendo orações em troca de pagamento, que girava em torno de R$ 50. As ligações eram realizadas com roteiros elaborados, garantindo que todos os atendentes seguissem um padrão na comunicação com as vítimas.
Os agentes da polícia analisaram a dinâmica do local, que funcionava como uma verdadeira empresa, com metas de lucro e volume de ligações a serem realizadas. As transações eram feitas principalmente por meio de transferências via Pix ou boletos bancários nominais à esposa do pastor, também implicada nas atividades ilícitas.
Após as transferências, as “orações” prometidas eram geradas utilizando inteligência artificial, adaptadas de acordo com as solicitações e necessidades relatadas pelos fiéis enganados. Essa prática mais sofisticada revelou a audácia do grupo em usar tecnologia para aprofundar a manipulação.
A investigação segue em andamento, com a polícia buscando identificar outros envolvidos no esquema e os beneficiários desta prática desonesta. O desmantelamento da operação é um passo significativo no combate a fraudes que se disfarçam sob a roupagem da fé, explorando a vulnerabilidade de pessoas em busca de apoio espiritual. As autoridades reforçaram a importância de denunciar práticas suspeitas e de se manter atento a abordagens que possam assemelhar-se a golpes.