Os líderes do Centrão calculam que há aproximadamente 350 votos favoráveis à proposta de anistia. Contudo, o presidente da Câmara, Hugo Motta, do Republicanos da Paraíba, tem sinalizado que só pautará o tema se tiver o aval do presidente do Senado, Davi Alcolumbre, do União Brasil do Amapá. A articulação em torno da anistia ganhou força especialmente após a saída oficial do União Brasil e do PP do governo Lula, bem como diante da crescente possibilidade de uma candidatura presidencial de Tarcísio de Freitas, do Republicanos, em 2026.
Informações reveladas indicam que a ideia de anistia foi debatida em um encontro entre Bolsonaro e o ex-presidente da Câmara, Arthur Lira, do PP de Alagoas. Lira teria sugerido ao ex-mandatário que sua situação política poderia ser facilitada se ele desistisse de uma nova candidatura presidencial em 2026. Vale ressaltar que, mesmo que a proposta seja aprovada, isso não garantiria o retorno imediato de Bolsonaro à disputa eleitoral, uma vez que ele permanece inelegível até 2030. Essa condição poderia criar espaço para que Tarcísio se destacasse como um candidato forte dentro do campo da direita.
Entretanto, a articulação em favor da anistia enfrenta oposição significativa por parte do governo. O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, expressou preocupação com a movimentação, lembrando que já existe uma decisão do STF que proíbe anistias para crimes cometidos contra o Estado Democrático de Direito. Farias afirmou categoricamente que essa tentativa representa “um desrespeito à Constituição Federal”, manifestando a resistência de setores políticos ao avanço da proposta. A discussão em torno da anistia promete ser um tema de intensos debates e divisões nos próximos dias.
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