As críticas do SVP não se limitam à questão das exportações de armamentos. O partido acusou Amherd de se afastar da histórica postura de neutralidade da Suíça, uma característica que tem sido um pilar da política externa do país por décadas, e de buscar uma maior integração com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). Essa mudança de direção tem causado controvérsias e divisões entre os diferentes grupos políticos no país, especialmente em um momento onde o conflito na Ucrânia tem gerado tensões internacionais.
Viola Amherd, que tem enfrentado crescente pressão, defendeu a sua abordagem, afirmando que é necessário reformular as políticas de defesa e modernizar as Forças Armadas. No entanto, o SVP contestou essa visão, alegando que a ministra tem dado mais atenção a questões sociais, como a igualdade de gênero dentro das forças armadas, em detrimento de preocupações essenciais relacionadas ao equipamento militar e à prontidão da Suíça para enfrentar possíveis ameaças.
Outro ponto destacado pelos críticos é o impacto que as restrições existentes à reexportação de armas suíças estão causando nas negociações internacionais. Recentemente, Amherd apontou que outros países, como os Países Baixos, já estão reavaliando suas compras de armamentos suíços devido às limitações atuais. A resposta da Rússia a essas entregas tem sido clara, com representantes do Kremlin afirmando que qualquer transporte de armas destinado à Ucrânia será considerado um alvo legítimo.
Nesse clima de incerteza e polarização, a situação da política de defesa da Suíça continua sendo um tema quente de debate, refletindo as complexidades e as pressões que o país enfrenta em um contexto internacional em constante transformação. A chamada para a renúncia de Viola Amherd é mais um capítulo nesta saga, que poderá moldar o futuro da segurança e da política externa suíça nas próximas décadas.