Partido Sonho Georgiano conquista eleições na Geórgia, mas oposição se recusa a reconhecer resultados e questiona legitimidade do pleito.

As eleições parlamentares na Geórgia, realizadas no dia 26 de outubro, marcaram um importante evento político no país, sendo a primeira vez em que urnas eletrônicas foram utilizadas em 74% das seções eleitorais, facilitando o acesso para cerca de 90% do eleitorado. De acordo com os dados divulgados pela Comissão Eleitoral Central (CEC), aproximadamente 58,94% dos eleitores compareceram às urnas.

O partido Sonho Georgiano obteve uma expressiva vitória, recebendo 55,3% dos votos, o que o posiciona como o grande vencedor do pleito. Em seguida, a Coalização para a Mudança conquistou 10,5% dos votos, enquanto o Unidade – Movimento Nacional, que representa o ex-presidente Mikhail Saakashvili, ficou com 9,7%. Por sua vez, a Georgia Forte arrecadou 8,5% dos votos. Essa composição revela não apenas a força do partido no governo, mas também a fragmentação do eleitorado entre as propostas de mudança e continuidade.

Entretanto, a vitória do Sonho Georgiano não foi reconhecida de maneira unânime. Após o anúncio dos resultados, partidos de oposição expressaram sua indignação, alegando que as pesquisas de boca de urna sugeriam uma configuração diversa de resultados, que beneficiaria os candidatos oposicionistas de forma agregada. As tensões foram palpáveis, com a oposição – que tentava obter mais votos do que o partido governista para possível formação de uma coalizão – contestando a legitimidade do processo eleitoral.

Um ponto crucial na situação política atual da Geórgia é a necessidade dos partidos de superar a cláusula de barreira, que exige mais de 5% dos votos para garantirem cadeiras no parlamento. Em um cenário onde a oposição tem tentado unir forças para contestar a influência do Sonho Georgiano, a questão sobre como avançar politicamente tornava-se premente, especialmente em um contexto onde a formação de uma maioria no parlamento poderia ser explorada para declarar inconstitucionais partidos como o Movimento Nacional Unido.

As próximas semanas poderão revelar o impacto dessas eleições na dinâmica política do país, que vive um momento de intensas disputas e desafios em sua caminhada democrática.

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