As novas salvaguardas estabelecem um sistema de monitoramento rigoroso sobre as oscilações nas importações e nos preços desses produtos. Em caso de desestabilização do mercado, as tarifas podem ser reintroduzidas como forma de proteção às empresas locais do setor agroalimentar. A aprovação dessas medidas é uma resposta às preocupações levantadas por nações como França e Itália, que temem os efeitos adversos que o acordo possa causar ao seu mercado agrícola.
Enquanto os legisladores europeus se apressam para finalizar o acordo antes da cerimônia de assinatura agendada para o próximo sábado no Brasil, a França já expressou a necessidade de adiar o processo. Funcionários da União Europeia alertam que um atraso na assinatura poderia minar a credibilidade do bloco, após 25 anos de negociações.
Com as salvaguardas em vigor, o próximo desafio será harmonizá-las com as medidas previamente aprovadas pelos Estados-membros, com uma possível reunião para discutir o tema ainda nesta quarta-feira. Se um consenso for alcançado, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, poderá assinar o acordo no Brasil. Contudo, há um reconhecimento crescente de que ainda não existe suporte suficiente entre os países europeus para que o pacto avance.
Na quarta-feira, durante a cúpula de fim de ano em Bruxelas, líderes da UE discutirão os desdobramentos do acordo, que promete criar um mercado integrado de 780 milhões de consumidores. Entretanto, esperam-se protestos de milhares de agricultores na capital belga, que se opõem ao acordo.
Além de fortalecer negócios, o pacto Mercosul-UE visa diversificar as relações comerciais da Europa, especialmente diante das tarifas impostas pelas administrações passadas nos EUA. Um relatório indica que a não conclusão do acordo teria consequências econômicas mais severas para o Mercosul, embora uma falha desse tipo também represente um golpe para a influência da União Europeia na região, especialmente em um cenário de crescente presença chinesa no comércio global.










